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Interlocução e Dinâmicas

Diálogos com Sergio Bernardes através de sua obra/cosmovisão em conexão com o mundo hoje 
 

“Eu invento o meu mundo e cada um de vocês tem que inventar o seu mundo”

Sergio Bernardes

 

Sergio Bernardes (1919-2002) é arquiteto, urbanista, designer, pensador, polímata exemplar que com sua mente criativa e ampla dissolve fronteiras disciplinares e classificatórias. Gostava de se apresentar como um “inventor social”, também vamos lembrar que foi um eminente pesquisador e pedagogo, pleno do entusiasmo da descoberta e da invenção. Dando aulas e palestras em diversas ocasiões, é considerado excelente professor, provocador do pensamento crítico e da imaginação dos alunos.

 

A proposta de “Interlocução e dinâmicas” faz parte de um programa de Ações educativas que visam a “imersão – Interlocução – Criação” com a obra de Sergio Bernardes através de um Ciclo de Capacitações e projetos experimentais com professores e alunos do ensino fundamental e médio do Rio de Janeiro, como parte das Ações educativas do projeto educativo da exposição “Sergio Bernardes 100 anos”.

 

A exposição Sergio Bernardes 100 anos é  apresentada nas Capacitações e através desse site como um objeto de estudo e um portal privilegiado de acesso à obra/cosmovisão
 

 “É um convite oportuno a nos deixarmos levar por seu transbordante entusiasmo em inventar, a nos ser provocados por suas tantas ideias e livremente reinventarmos o mundo, instigados por seu espetacular universo mantendo, como ele, nossos olhos no horizonte.”

Adriana Caúla e Kykah Bernardes, pesquisadoras e curadoras da exposição Sergio Bernardes 100 anos.

Metodologia

Imersão – Interlocução – Criação
 

Imersão

A exposição “Sergio Bernardes 100 anos” que é um objeto de estudo desse site/plataforma educativa, tem o objetivo de revelar um recorte do acervo Sergio Bernardes e seu universo pleno de invenções. Ela é apresentada, tanto no site como nas capacitações, contextualiza, um documento  privilegiado para iniciar a imersão nas obras, projetos, ideias e reflexões de Bernardes.

 

Interlocução

Para navegar nesse oceano de invenções, a curadoria da exposição propôs um arco cronológico e de escala com alguns de seus principais projetos. O projeto educativo, através desse site, contextualiza e amplia essa cronologia que funciona como um instrumento visual e informativo para as capacitações. Existe um repertório de obras de Sergio Bernardes, suas formas e conceitos que vão se desenvolvendo ao longo da sua trajetória e que fazem parte de sua linguagem particular. Nesse processo de entrar em contato com a obra de Sergio Bernardes, através de suas ideias e invenções, iniciamos um interessante processo de alfabetização visual e conceitual.

 

Criação

As dinâmicas e ações educativas também terão o foco na importância do desenvolvimento do desenho na obra de Sergio Bernardes, tanto na sua dimensão projetual e comunicativa, quanto no desenvolvimento de um pensamento visual,uma filosofia do desenho.

Nesse sentido, a proposta é desenvolver uma metodologia “perceptiva-crítica” e ao mesmo tempo “propositiva-criativa” ou como Bernardes definia um “comportamento prospectivo”.

 

I Ciclo de interlocução e dinâmicas 

“Utopia em prática”

Este ciclo de “Interlocução e dinâmicas : Utopia em prática” faz parte do desenvolvimento de uma parceria entre o projeto educativo Sergio Bernardes+100 anos, coordenado por Renata Bernardes Proença com o departamento de desenho do Colégio Pedro II, coordenado por Sandra Barata Gomes II, que visa através do contato com a obra e a cosmovisão de Sergio Bernardes, a capacitação e interlocução dos professores e o desenvolvimento de projetos com os alunos.

Período : Outubro de 2020 à Junho de 2021

 

Metodologia:

Imersão – Interlocução – Criação

 

A cosmovisão de Sergio Bernardes

“Cosmovisão? Sim. As nossas afirmações mais corriqueiras são expressões de nossa organização arquitetônica do mundo.” (Rubem Alves, Conversas com quem gosta de ensinar)

 

Esse ciclo de encontros e capacitações foi desenvolvido de forma virtual através de encontros e dinâmicas imersivas na plataforma google meet que visaram uma “alfabetização visual e conceitual” da obra de Sergio Bernardes tendo em vista seu diálogo como o mundo hoje. No atual contexto distópico da pandemia, o resgate da noção de Utopia em Sergio Bernardes, como possibilidade de reinvenção do mundo, foi um fio condutor para as interlocuções e propostas da obra com as questões do mundo atual. Alguns textos foram sugeridos ao longo das capacitações, iniciando com os textos e entrevistas do próprio Bernardes. Além da exposição Sergio Bernardes 100 anos, o documentário “Bernardes” também foi objeto de estudo das capacitações.

 

Relatório :

- Relatório final do I Ciclo de capacitações com pauta consolidada para discussão a fim de estimular e orientar o desenvolvimento do interesse e da interlocução de cada participante com a obra/cosmovisão de Sergio Bernardes, visando o desenvolvimento de projetos e materiais pedagógicos.

 

Guacira Santos (Professora de Desenho):

É responsável pelo projeto de extensão “Laboratório de Grandes Ideias”, @m.guaciralabgi , (Fig. 1) junto a PROPGPEC – CP II, que tem como objetivo ofertar oficinas, whorkshops e palestras que envolvam várias áreas de conhecimento com a disciplina de Desenho.  Como já vinha intermediando com o grupo de ex-alunos* responsáveis pelo projeto de construção do Complexo do Campus São Cristovão – CP II em minecraft, @cpii_minecraft , (Fig. 2)  e imediações da região de São Cristóvão, incluíram o Pavilhão de São Cristóvão  (Fig. 3)  a planta original do jogo viabilizando assim uma oficina para vinte alunos e ex-alunos do CP II poderem construí-lo, como é utilizado hoje, com a participação do projeto educativo SB100.  

Figura 01
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Figuras 1, 2 e 3.

Para essa oficina a estrutura do Pavilhão já foi levantada graças a contribuição de Renata Bernardes que enviou desenhos e plantas do seu avô. Nessa ocasião lembrou que no livreto da exposição SB100 tem um desenho importante da planta do Pavilhão de São Cristóvão.

Muitos são os alunos e ex-alunos interessados em participar da construção em minecraft do espaço que compôs uma parte de sua vida acadêmica e essa acabou sendo uma grande oportunidade de reunir diretamente parcerias como: Desenho, minecraft e arquitetura.

Os estudantes também incluirão no jogo informações históricas dos Campi de São Cristovão, com a ajuda da professora Guacira, como também da obra de Sérgio Bernardes, graças ao projeto educativo SB100, viabilizando aos visitantes conhecimentos desses dois ambientes importantes na vivência do bairro de São Cristovão no Rio de Janeiro.

 

Foram apresentados ao grupo de professores envolvidos no ciclo de encontros e capacitações os protótipos de brinquedos inspirados na obra de SB que o projeto educativo SB100 está desenvolvendo com a empresa MBA Cultural de Marcia Brandão. Ela é designer industrial com vasta experiência em produzir brinquedos e cenografias para museus e exposições. Esses protótipos se encontram atualmente no galpão da MBA em Pendotiba, Niterói. Ficamos de organizar uma ida ao galpão para conhecer esse material in loco.

A professora Guacira se mostrou interessada nos projetos dos protótipos e brinquedos inspirados na obra de SB para estimular novas criações dos alunos em outra oficina do Laboratório de Grandes Ideias. Criações com sucata e papelão partindo do Pavilhão de São Cristovão na “cosmovisão” de Sérgio Bernardes, buscando a revitalização do seu entorno, com construções de maquetes.

 

Estas propostas também farão parte do Laboratório-ateliê SB100 que será montado fisicamente quando a situação da pandemia permitir, que fará parte e terá a sua vitrine de apresentação dos processos e resultados no site do projeto educativo SB100.

                                              

A participação desse ciclo de encontros e capacitações, oportunizou ela a combinar com o seu projeto de extensão oficinas e pesquisa, tendo a obra de Bernardes como referência com foco no Pavilhão de São Cristóvão, sendo essa uma obra que já faz parte da memória afetiva de quem estuda ou já estudou nesse Campi.

 

As oficinas serão oferecidas de forma remota através da plataforma oficial do  Colégio Pedro II, no 2º Semestre de 2021. Renata Bernardes Proença, coordenadora do projeto educativo SB+100 participará de algumas dessas aulas com os alunos e na produção de material pedagógico (síncrono e assíncrono) com a professora Guacira.

*Arthur Fortunato Rocha, Caio de Andrade Sant'anna, Filipe Barcellos dos Santos, Francisco Moura Barbosa de Mello, João Gabriel Muniz Carbone, Kaio Leite Andrade, Matheus Abdon do Nascimento, Ruan Cardoso Guimarães e Yasmin Peres Baptista.

Begoña Noval  (Professora de Desenho):

Mostrou interesse tanto na parte das invenções e novas tecnologias construtivas assim como  nos estudos interdisciplinares e prospecções de transformação sobre a cidade e o território.

Será interessante apresentar melhor as propostas do LIC (Laboratório de investigações conceituais) de SB com seus estudos interdisciplinares : urbanismo, ecologia, geografia, história urbana...

Serão apresentados os estudos e as propostas do LIC (Laboratório de Investigações Conceituais) como a “Revista Ecologia” com a proposta dos Anéis de equilíbrio e o livro “Cidade sobrevivência do Poder” de SB, assim como a relação com os mapas, interações urbanas, filosofia urbana...

Begona falou em utilizar o sketchup como ferramenta para os alunos.

 

Claudia Neves (Professora de Desenho):

Além de sua formação em Licenciatura em Educação Artística, é formada em Composição de Interiores pela EBA e apresenta interesse pela proposta interativa que vamos desenvolver no projeto do Parque “Sergio Bernardes”. Já foi visitá-lo in loco. Seria interessante apresentar a proposta e os desenhos do Parc de La Villete que o SB desenhou para a concorrência desse parque em Paris. Esses desenhos belíssimos foram descobertos no acervo SB em 2019 e fizeram parte da exposição SB100. Fazem parte do desenvolvimento de uma arquitetura “sem presença” como ele gostava de definir essa integração da arquitetura com a paisagem.

Também se interessou pela Casa Khoury no Alto da Boavista no Rio de Janeiro que está atualmente à venda. Vale ressaltar que esse projeto teve a dedicação total de SB que passava os dias inteiros criando e interagindo com os operários. Tudo alí foi desenhado por ele da arquitetura, incluindo uma capela e os muros acústicos cobertos de xaxim com bromélias e que além de reduzir o barulho interno e externo também produzia arco-irís quando irrigado em determinadas horas do dia aos mínimos detalhes como maçanetas e talheres. Seria interessante resgatarmos a pesquisa e os desenhos sobre esse projeto e também combinarmos uma visita in loco.

Completando o enfoque da “arquitetura e paisagem” ou “arquitetura sem presença” proponho o estudo da Casa da Lota e da residência do arquiteto.

Parque Sergio Bernardes

Casa Khoury

Projeto Parc de La Villette

 

Iris Brasil (Professora de Desenho):

Tem interesse pelas interações do corpo e o meio urbano. Seria interessante apresentar as propostas da “arquitetura como palco dos destinos”, como o projeto do edifício Casa Alta e a relação de SB com Lygia Clark e a sintonia na proposta Vivências da Casa é o Corpo e o Corpo é a Casa. Sabemos que eles estiveram juntos nesse período e que a obra de ambos dialogou neste sentido, de uma arquitetura orgânica. A família de Lygia Clark procurou o acervo de Sergio Bernardes para saber sobre uma maquete que foi produzida para ela por SB. Essa pesquisa  está em aberto e será interessante explorar essa relação entre as artes plásticas e a arquitetura, a partir dessa “parceria” de SB com Lygia Clark em seguida, investigação com Hélio Oiticica.

 

Sheyla Godoy  (Professora de Artes Visuais):

Vale para a Sheyla a pesquisa “SB e Lygia Clark” descrita acima com foco nas relações entre arquitetura e artes plásticas. Tendo em vista esse interesse, apresentei o livro “Calder no Brasil” e que tem a figura do crítico de arte Mário Pedrosa* como fundamental, junto com o arquiteto Henrique Mindlin, para estabelecer uma rede de relações de Calder no Brasil. Nessa rede de relações, Mário Pedrosa apresenta Calder à Sergio Bernardes como é relatado no livro. Calder visita Itaoquinha, a Ilha de SB na Baía de Guanabara e também conhece a Casa da Lota na Serra de Petrópolis e fica impressionado com a beleza da casa integrada na paisagem, diz ser a casa “mais bonita que já vi”.

Essa relação arquitetura e artes plásticas será proposta como pesquisa tendo a obra de SB como referência e interlocução, articulada com o pensamento de Mário Pedrosa sobre arquitetura e artes plásticas.

Também se interessou pela Casa Khoury no Alto da Boavista no Rio de Janeiro.

Obs : Renata Bernardes faz parte como pesquisadora associada do NUSC (Núcleo de Sociologia da Cultura ) do IFCS/UFRJ que tem desenvolvido importante resgate e pesquisa sobre Mário Pedrosa. Será interessante e produtivo desenvolvermos essa interlocução arquitetura e artes plásticas.

(*) Vale lembrar que Mário Pedrosa estudou e também foi professor no Colégio Pedro II.

Raphael Argento 

Rodrigo Coutinho 

Projeto Parque Natural Municipal Dois Irmãos - Dois Cariocas -
Sérgio Bernardes e Alfredo Sirkis,  Alto Leblon, Rio de Janeiro.

 

Proposta de desenvolvimento coletivo de um projeto educativo e de exposição interativa sobre a obra de SB no Parque.

 

Será uma proposta interdisciplinar que irá relacionar arquitetura e meio ambiente e terá o apoio do NIMA (Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC, RJ) onde Renata Bernardes é pesquisadora associada e cujo diretor Felipe Guanaes, geógrafo e professor da PUC (foi enteado de SB), tem conhecimento e ligação com a obra de SB, tendo inclusive publicado um livro “Sergio Bernardes”. Doutrina de uma Civilização Tropical”.

 

A proposta irá incluir “workshops” com profissionais de áreas de interesse como por exemplo arquitetos e designers que desenvolvem projetos arquitetônicos e também expográficos como Thiago Bernardes e André Scarlazzari.

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