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Hotéis

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Arquitetura e sensibilidade ambiental : Os hotéis de Sergio Bernardes

 

Sergio Bernardes tem na “arquitetura de lazer” dos Hotéis, um campo fértil para a pesquisa e o desenvolvimento de sua “arquitetura sem presença”, que “assimila mimeticamente o lugar” (Bernardes). O desafio é criar as condições de uma “experiência da paisagem”. Para tanto, a experiência, a sensibilidade e a imaginação do arquiteto em relação ao lugar, vão se articular às suas pesquisas plásticas e construtivas ligadas à natureza e às técnicas e materiais industriais, como observamos nos hotéis, Tambaú em João Pessoa e Tropical de Manaus que embora não tenha sido construído, permanece fecundando o nosso imaginário com sua a cúpula geodésica climatizada no meio da floresta amazônica.

Hotel Tambaú
Praia de Tambaú, João Pessoa, PB
1962 - 1968

 “A primeira função da arquitetura é a não presença. Sem pretensão ela assimila o lugar e se junta a ele mimeticamente”  Sergio Bernardes

“O Tambaú é diferente de tudo!”

Situado num istmo, avanço de terra e mar, numa localização arrojada sugerida pelo próprio Bernardes, atento ao território e a preservação de pontos geográficos, sendo essa região a mais oriental do mapa brasileiro.

Nesse contexto, o projeto do Hotel Tambaú seria uma forma de conter o processo de erosão dos ventos e marés, valorizando e dando ênfase ao ponto geográfico. É uma construção emblemática do desenvolvimento de sua “arquitetura sem presença”, onde um grande anel com estrutura de concreto de mais de 150 metros se integra na paisagem.

Hotel Tropical de Manaus
1963-70

Bernardes vai chamar esse projeto de “A grande experiência” : O desafio de conceber um hotel situado à beira do rio Negro, à 10 km de Manaus, com 400 quartos, áreas e equipamentos de lazer, capaz de oferecer aos hóspedes uma “imersão” na floresta, que fosse climatizada e protegida de suas ameaças selvagens. O desenvolvimento de duas propostas de cobertura que foram minuciosamente detalhadas por Bernardes e sua equipe, é resultado de uma pesquisa aprofundada que foi inspirada nas geodésicas de Buckminster Fuller com quem troca intensa correspondência em 1968. Essa pesquisa também visava na mesma época, além do Hotel Tropical de Manaus,   a realização de outra cobertura de grande dimensão para o Estádio do Corinthians em São Paulo.

Projeto Hotel Turístico de Paquetá (RJ)
1974

O Projeto do Hotel Paquetá é uma construção em meio à água com forma hexagonal que permite a distribuição de 150 quartos todos voltados para o mar. Essa formulação geométrica do projeto e suas particularidades construtivas serão apresentadas pelo arquiteto através de plantas baixas, cortes, detalhamentos, croquis e um memorial descritivo que serão publicados na Revista AB em 1980.

Hotel Tropical
de Recife

Praia da Boa Viagem. Recife, PE
1968

Edifícios helicoidais fazem parte do repertório de formas de Bernardes desde as torres dos “bairros verticais” apresentadas no projeto Rio do Futuro na Edição Especial da Revista Manchete em1965. A forma helicoidal é retomada pelo arquiteto em 1968 quando em menor escala ele projeta um hotel em Recife com 24 pavimentos de apartamentos, três andares de máquinas e caixas d’água, dois andares de serviços de recepção e lazer e três andares de serviços internos, dois dos quais abaixo do nível do mar.

Imagens: Acervo Sergio Bernardes sob custódia NPD/FAU/UFRJ

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